CEVIDE 

"Aqui Começa Portugal"

Em estreita e profunda relação fraterna, convivem até aos dias de hoje o Minho e a Galiza. Povos irmãos, apenas separados por via administrativa, mas eternamente unidos por um rio que os mantém vivos e sempre refrescados. É nesta eterna união que chegamos a Cevide, onde nos deparamos com o Marco Nº 1. 

O caminho  é estreito, tortuoso, mas amigo e cheio de esperança. Foi assim ao longo de tantos séculos da sua história: a esperança para tantos jovens que o atravessaram na procura de novas perspetivas de vida; e de comerciantes, rijos e valentes, que cedo estabeleceram pactos de arriscada convivência com as armas da Guarda Fiscal. Tantos riscos, tantas quedas, tantas apreensões, mas também tantas vidas melhoradas, tantas amizades, tanta gratidão e algumas mortes. É assim a história destas paragens que o tempo nunca deixou que se perdessem e que fazem o marco proclamar a cada momento: "Aqui começa Portugal".

É certo que, por detrás da proclamação do "marco nº 1, entre muitas, esteve a minha voz determinada e insistente que aproveitava cada oportunidade como se fosse a única.

Esta vivência e resiliência levou a claras melhorias neste cantinho, carregado de histórias e vivências. É um trabalho insistente que leva a que Cevide seja procurado por tanta gente e de tantas partes do mundo. Mas há ainda muito a fazer na primeira página de Portugal!

E se, por um lado não se pode ficar quieto e parado, por outro também temos consciência de que,  mesmo alargando horizontes, não haverá condições para associar Cevide, o marco nº 1 e a sua proclamação "Aqui começa Portugal" a grandes projetos transfronteiriços. Mesmo assim, e pelos ecos já chegados a tão grandes distâncias, acha-se que não se pode desistir. Todos, haveremos de conseguir uma solução para reatar grandes rotas e de as transformar em conhecimento, aventura e vida para as próximas gerações. A primeira aldeia de Portugal já é um marco de simbolismo que representa o amor pela Pátria e a união de amizade que nos une a "Nuestros Hermanos".

Cevide é um poema que todos devem ter acesso.

 Mário Monteiro